quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brasileiro pode ser eleito melhor professor dos Estados Unidos

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A notícia sobre a possibilidade de um Brasileiro ser eleito o melhor professor dos USA foi publicada no portal G1. A matéria, além de ser muito oportuna, é bem redigida e interessante. Por isso, copiarei alguns trechos, resumirei outros, darei alguns pitacos e  no final da postagem, linkarei a matéria na íntegra.
Um brasileiro de 43 anos, natural de Petrópolis, no Rio de Janeiro, foi eleito na última quinta-feira (12) o melhor entre os mais de 180 mil professores da rede estadual de ensino da Flórida, nos Estados Unidos. Além de prêmios em dinheiro, um carro, uma viagem a Nova York, um anel de ouro e um treinamento espacial na Nasa, Alexandre Lopes, que emigrou do Brasil em 1995, agora é candidato ao título de melhor professor dos Estados Unidos.
A premiação ocorrerá na Casa Branca com a presença de Barack Obama. Enquanto isso, Alexandre viajará a Flórida ministrando palestras acerca da sua metodologia. Ele leciona para crianças especiais da “pré-escola” [Nos Eua, crianças de 3 a 5 anos]. Uma parte considerável de seus estudantes é autista e de classe baixa. Além disso, muitos, por serem filhos de imigrantes, não falam completamente o inglês.
“É uma inclusão total e irrestrita, da maneira que eu gosto, com alunos deficientes, imigrantes, minorias… Como eu acho que a sociedade deveria ser”, conta. Lopes considera sua abordagem “holística” e afirma que se envolve em todos os aspectos da vida de seus “aluninhos”, como gosta de se referir às crianças que ensina, tanto da parte acadêmica quanto da emocional e da social. Para o brasileiro, isso significa incluir  todos os membros mais próximos da família no processo escolar, muitos deles ainda se adaptando à notícia de que seus filhos são autistas.
“Eu não diferencio meus alunos. Procuro ser consistente para fazer com que meus alunos com autismo tenham os outros como modelo, e para fazer com que meus outros alunos aceitem todas as diferenças que existem na nossa sociedade”, [...] Suas técnicas variam de acordo com o conteúdo das aulas. Segundo ele,música e dança são dois elementos que predominam durante as atividades, mas a adoção da tecnologia também ajuda os pequenos estudantes a se expressarem.
Lopes usa tecnologia, instrumentos e música para transmitir conhecimentos a crianças de três a cinco anos (Foto: Reprodução/Macys's)

Como já dito, o professor utiliza a tecnologia e várias outras artimanhas para ensinar seus alunos. Ele não se prende aos modelos antiquados e ultrapassados. Até porque sua turma é cheia de nuances e detalhes [devido às especialidades das crianças] e é preciso adaptar-se às essas exigências. Por exemplo:
Para aprender a construir palavras, os aluninhos usam blocos de madeira que representam cada letra e os unem e separam para formar sílabas, sempre atentos aos sons das palavras para compreender a relação entre as rimas e a formação das palavras com grafia parecida. “Isso serve para tirar a palavra do abstrato e torná-la uma coisa concreta, o que é muito importante para crianças com deficiência”, 
O resto da matéria conta a trajetória do professor, como ele ganhou o prêmio de melhor da Flórida etc. Não trarei tudo pra cá porque a matéria realmente é grande e vocês poderão vê-la na íntegra.
Os rápidos pontos que quero mencionar são o reconhecimento dado ao professor e ao seu singular trabalho. No Brasil, existe uma premiação semelhante, o “Educador Nota 10″, mas, infelizmente, não chega perto da qualidade do prêmio americano [e não, não estou babando ovo pro Tio Sam, é apenas uma observação]. Vemos, primeiro, a etapa Estadual que já vale um grande reconhecimento e ótimos prêmios. Depois, toda a valorização do profissional, que será levado pela Flórida para ministrar palestras para outros colegas de profissão. E aí temos a etapa final, com presença do presidente e tantas outras pompas.
Não estou colocando a Educação de base Americana no topo, porque, sinceramente, está bem longe dele. No entanto, ao compararmos com o Brasil, as divergências ficam evidentes. E não é por falta de bons profissionais, porque temos ótimos professores [claro que também há uma escória - perdão pela palavra]. Mas, sim, pela já tão conhecida e discutida falta de reconhecimento. Todos sabemos, todos já cansamos de ouvir, de falar, de discutir [e a greve universitária ta aí pra provar]. Portanto, não vou nem focar nesse ponto. O foco, realmente, é apenas parabenizar o professor Alexandre Lopes pelo excelente trabalho e torcer para que ele vença a premiação em etapa nacional! Sem sombra de dúvidas, ele merece esse texto, merece a matéria no G1 e muito mais.
A fama, o dinheiro e as regalias que tem recebido nos últimos meses, porém, são honras menores para ele. “Eu tive uma vida muito feliz, de muitas alegrias. Mas as alegrias que eu encontro com o sucesso dos meus alunos não se comparam com nada que eu já experimentei”, afirmou Lopes, que diz ter uma admiração especial pelos pais de alunos com deficiência. “Essas crianças são filhas desses indivíduos, mas elas também são parte da nossa sociedade, é injusto que deixemos esses pais sozinhos com o grande desafio que enfrentam.”
obs: vale ressaltar que ele abriu mão de um trabalho onde ganhava mais, pra trabalhar como professor. Infelizmente e felizmente, ao mesmo tempo, essa troca foi puramente por amor.

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