Os artigos do Professor Zezinho são de valor inestimável para quem se dispõe a
lê-los. Especialmente o artigo dessa semana, que está sensacional. Confesso
que, ao terminar a leitura, me senti aliviada em imaginar que cada pessoa que
tiver acesso ao artigo deixará de ser ignorante (no sentido de desconhecer) em
relação à bendita palavra "laico". Tudo hoje é "em busca do Estado laico".
Participo de vários debates na internet e é incrível como as pessoas escrevem,
argumentam, sem nem saber ao certo o que estão falando. Assim como o Professor
não quis discutir a decisão sobre os anencéfalos, eu compartilho do seu ato e
não vou discutir aqui o ateísmo, até porque consigo entender perfeitamente que,
em algumas igrejas, é quase impossível seguir os mandamentos divinos. Em
algumas situações, as missas se tornam um peso para o cristão, ao invés de serem
um momento de paz interior. Aos que realmente não acreditam em Deus, não há o
que argumentar. Se não acreditam, não acreditam e pronto. Não há pecado, não
há inferno, basta cumprir seus dias na terra e estará tudo resolvido. Minha
indignação é com os "falsos ateus". Esses são terríveis, abomináveis. Na
verdade, não deveria chamá-los de falsos ateus, e sim, pseudointelectuais. É
inacreditável como algumas pessoas gastam uma enorme quantidade de energia para
deixar claro que não acreditam em Deus, que o Estado ideal é o laico, o que é
ridículo, pois uma coisa nada tem a ver com a outra. Mas quando são chamadas
para debater, os argumentos são frágeis, sem fundamento e com enormes
contradições. Enquanto o dicionário Houaiss esclarece que laico refere-se a
quem não pertence a nenhuma ordem religiosa, os pseudointelectuais querem
exteriorizar seus conhecimentos, afirmando que Estado laico é um Estado sem
religião, mais especificamente sem Deus. Não, não e não. Laico é o Estado que
não é influenciado por nenhuma religião, onde nenhuma religião interfere em suas
decisões. Não há interesse em abolir a religião do País, até porque isso é, (do
meu ponto de vista) impossível. De todos os argumentos, o que mais me irrita é
a ironia que é dispensada aos cristãos. Você acredita em Deus? Nossa... Você
não sabe da santa inquisição?? Ai bobo, você não sabe que a Igreja só existia
para enganar o povo ignorante, para ser a detentora do poder e com isso
enriquecer?? Sim, eu sei de tudo isso e sei também que daqui a alguns anos,
quando uma criança ler a teoria da tripartição dos poderes e analisar as
recentes decisões do STF, entenderão claramente que teoria é uma coisa e prática
é outra bem diferente... Enfim, EU ACREDITO EM DEUS SIM, como já disse em um
post anterior. Eu entendo que um Estado laico tem enormes vantagens - isso se
os princípios, a moral e os bons costumes continuarem sendo respeitados, mesmo
sem a intervenção da Igreja. E mais, sei de muitas irregularidades da Igreja
contemporânea que me envergonham, mas posso enumerar várias ações magníficas que
as igrejas executam, incluo aqui belas ações de diversas igrejas evangélicas
também. O que causa vergonha no cristão não é o amor a Deus. Esse é inabalável.
O que ocorre é que algumas pessoas se utilizam do "poder" da Igreja para
exercerem seu mau-caratismo, assim como na política, na comunidade, na escola, e
infelizmente, até em casa, onde os pais que se utilizam do poder familiar para
tomarem decisões ignóbeis em relação à própria família. Ah, esqueci de relatar
que eu e minha família vamos à missa todos os domingos. Eu deveria me
envergonhar ou me sentir inferior por isso????
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