terça-feira, 6 de março de 2012

Comentário sobre o artigo do Professor Zezinho

Mais uma terça e mais um belo artigo filosófico.
Bem, já de início, o autor foi muito espirituoso, ao comparar o personagem grosseiro com um hipopótamo saltitante (rsrs), quando ele demonstra (por um breve instante) que o personagem não é um poço de mau humor sem solução. Creio que não há pessoa sem solução. Todos nós temos defeitos e todos nós temos a possibilidade de mudança. O difícil é encontrarmos ou descobrirmos a motivação (ou a pessoa) que nos inspire a mudarmos. Algumas pessoas se encontram rapidamente, outras demoram um pouco mais. Erich Fromm, que sempre é citado pelo autor, é "o cara" no quesito. Ele dá definições belíssimas e certeiras sobre o tema. Ele diz que o amor na sua essência se preocupa com o  bem estar do outro e não de si mesmo. Apesar de eu achar isso um exagero, é exatamente o que acontece, quando o amor é pleno e verdadeiro. Se colocar isso no âmbito maternal, nem se fala... Agora, o pulo do gato desse artigo (sempre tem um pulo do gato), foi o 360° que o autor deu quando, após dar uma introdução para "amansar leão", afirma que a melhor forma de honrar os pais e amar o próximo é cuidando de si mesmo. Gente, isso é tudoooo. Veja só, Fromm diz que o amor, na sua essência, se preocupa mais com o outro do que consigo mesmo e o autor diz que se o filho cuidar de si mesmo ele está dando uma prova de amor para os pais. Isso é contraditório??? Não, não é. Se o filho está bem, os pais estão bem, isso é fato. E o Professor conseguiu colocar isso de uma maneira muito clara e inclusive deixando transparecer que qualquer negligência por parte dos filhos em relação à sua integridade moral ou física, coloca em xeque o amor dedicado aos pais. Ou seja, cuidando de si mesmo, os filhos estão se preocupando exclusivamente com os pais. Quando o autor fala de pessoas egoístas, há muito o que se pensar. Primeiro ele afirma que a pessoa deve cuidar de si mesmo, dar atenção especial a si e em seguida fala de pessoas egoístas, o que pode parecer uma contradição. Mas não é. Existem vários tipos de egoísmo. O egoísmo em questão é a necessidade de tornar-se dependente, de ser um peso para o outro, mesmo que para isso tenha que viver reclamando ou lamentando. Nossa, como existem pessoas assim. Pessoas que antes mesmo de tentarem resolver o problema já estão desistindo. Como existem pessoas que falam, falam, mas não resolvem absolutamente nada. E pior, reclamam demasiadamente de quem resolve. Esse é um dos tipos de egoísmo mais repugnantes que existem. O autor, para ser educado, chama de infantilidade. Se cada pessoa utilizasse seu tempo para produzir algo bom para si ou para os outros, tudo seria muito diferente, mas aqui está a tal educação estética, que precisa ser muito bem trabalhada para que as gerações futuras tenham uma outra visão da vida.
Sim, o amor nos torna cada vez melhores. E não há limites para que esse amor se espalhe, seja entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, avôs e netos e, é claro, em grande parte do tempo, entre os amigos. Para que isso ocorra, basta que as pessoas não se fechem e dêem abertura para que esse amor flua livremente.
"O amor nos emancipa e nos liberta".

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