sábado, 13 de outubro de 2012

Vivendo e aprendendo...

Esse dias das crianças me ensinou muitas coisas...  Primeiro que eu estava preocupada em escolher um bom presente para meu filho mais novo e ele me disse que o que ele mais queria era uma bola de futebol.  Sim, uma bola de futebol igual a tantas outras que ele já teve.  Para mim era igual as outras.  Para ele não.  Ele já havia me pedido essa bola há um mês e eu lhe disse que não poderia comprar presentes sem que fosse uma data especial e toda a explicação que envolve dinheiro, trabalho e afins...  Eis que eu comprei a tal bola que ele me pediu.  Percebi que o valor do presente é preocupação somente dos adultos.  Criança sabe ser feliz! Ele ficou tão maravilhado quando viu a bola que ele queria, que foi lindo de ver!  Lição nº 1 do dia da Padroeira.

A lição nº 2 ficou por conta de um desconhecido.  Fui à uma loja de produtos de 1,99 comprar papel de presente.  Na fila do caixa fiquei observando um rapaz que estava aguardando o total da sua compra.  Era um rapaz moreno, de uns 22 anos.  Ele comprou: 2 bolas, 2 carrinhos e 1 boneca.  Ele pediu se a moça do caixa embrulhava os presentes, e ela respondeu que sim, que cada embrulho custaria 1,00.  Ele olhou para o dinheiro que segurava nas mãos e com um largo sorriso disse que era para embrulhar.  Nesse momento, sem que meu filho percebesse, eu já secava uma lágrima que havia caído dos meus olhos, pois eu entendi a situação e achei belíssimo o que o rapaz estava fazendo.  O valor total da sua compra foi 14,95.  Cada brinquedo custou 1,99 e cada embrulho 1,00.  Quando a moça lhe entregou a sacola ele agradeceu e saiu com uma felicidade que possivelmente causaria inveja à algumas pessoas.  Ou seja, mesmo sem ter muitas condições, o rapaz, que eu não sei se estava presenteando filhos, irmãos, primos ou qualquer outra criança, estava muito satisfeito com o que havia comprado.  O que ficou claro ali é que, novamente, o valor é o que menos importa.  O que importa é que a criança saiba que está sendo lembrada. Não sei se o rapaz que vi na loja é um homem trabalhador, se é uma boa ou má pessoa.  O que sei é que ele estava cumprindo o seu papel, seja qual for, com maestria.  

Entendi então que os adultos culpam a nova geração por ser consumista, mas na verdade são justamente os pais, os adultos, que para valorizar e justificar a sua ausência, precisam dar presentes cada vez mais caros, transferindo assim a "culpa" para os novos "consumidores compulsivos".

Vivendo e aprendendo...


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