A atriz Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar, interpreta Erin Gruwell, também chamada professora G pelos seus alunos da sala 203, de uma instituição de ensino médio em Long Bech, Estados Unidos. Trata-se do filme “Escritores da Liberdade”:
Gênero: Drama
Duração: 123 min
Origem: Alemanha – EUA
Estréia - EUA: 05 de Janeiro de 2007
Direção: Richard LaGravenese
Produção: Michael Shamberg, Stacey Sher, Danny DeVito
A história da professora G e seus alunos e alunas tidos como delinqüentes e desprovidos de inteligência, toma um rumo extraordinário quando a professora passa o Diário de Anne Frank para seus alunos lerem.
Isto porque vê semelhanças entre a perseguição aos judeus e os desclassificados jovens adolescentes, imigrantes americanos. Um verdadeiro caldeirão multi cultural, onde o que manda é a lei das gangues.
E no meio de tanta violência, desigualdade e desprestigio, a professora lança o olhar para as experiências daqueles jovens, motivando-os a ler e escrever sobre suas vidas. Da escrita emerge solidariedade, tolerância, simpatia, valores um tanto quanto esquecidos até pela direção da escola.
É um filme que mergulha em certas questões sociais e educacionais, mostrando imperfeições do sistema educacional americano, cheio de regras e normas, bem como a luta de uma professora por uma causa quase morta: a melhoria/qualidade da educação em todos os níveis sociais.
A professora se doa incondicionalmente ao seu fazer, não como uma ação assistencialista, mas como uma professora aprendiz. Alguém que se dispõe a ensinar e aprender sobre mundos completamente diferentes do que ela vive.
Fica aqui uma questão: uma pessoa pode fazer a diferença? Você conhece outros casos assim?
Fonte: http://www.soprando.net/c/escritores-da-liberdade
Na concepção de
Hannah Arendt, duas
causas podem ter relação profunda com a crise da educação em nossa época:
a incapacidade de a escola levar os alunos para pensar e a
perda da autoridade dos pais e professores. Ambas fazem com que as
crianças e adolescentes fiquem sujeitos à tirania de uma maioria qualquer (grupo
social, tribos, gangs) e de um líder carismático ou populista. Portanto, o ato
educativo de Erin é ao mesmo tempo político e ético, porque visa transformar
alunos “não-pensantes”, “incivilizados”, “não-humanizados”, em seres humanos que
podem exercitar o pensamento crítico sobre a realidade e seus atos; suas
propostas de dinâmicas com os grupos leva-os a rememorar situações e rever suas
posições na história de cada um, podendo até criar em cada aluno uma nova ética
que melhor orienta seus gestos e palavras para evitar magoar o seu próximo. As
dinâmicas e debates em sala de aula desmarcaram o recorrente discurso vitimista
desses grupos, que tendem ao comodismo da sua desgraça, e ao mesmo tempo projeta
no outro a responsabilidade pela sua própria irresponsabilidade ou fracasso como
sujeito-cidadão no meio social. É preciso que cada qual se responsabilize e se
comprometa “fazer sua parte”, ou como diz a velhinha que abrigou Anne Frank:
“fazer a coisa certa” ou ética, como uma pessoa comum, anônima, e representante
do que é ser civilizado.
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